sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Ode aos olhos tristes.

Pergunto-te, relento, o que será que vem de dentro?
Tem tanto tempo, foi com o vento, nem me lembro.
E nesse vento, foi pro mundo dos inventos.
E sorrateiro deve estar a passear.
 Pergunto-te tristeza, aonde foi aquele encanto?
Que tinha canto, tinha pranto, e risos, tanto.
Onde estará o que guardava em meu recanto?
Eu por enquanto nem sei onde procurar.
 Pergunto-te saudade, aonde foi meu riso fácil?
 Meu traço simples de palavras que entrelaçam.
 E fluem livres, soltas, leves e se encaixam.
 De tão voláteis devem estar a flutuar.
 Querido espelho, aqui estão meus olhos negros.
 Traços rasgados, marejados de amor.
 Eles esperam as respostas desse mundo.
 Pra que se encontrem brilho novo e vejam cor.

Bilhete antigo.

Belém, 10 de agosto de 2011.


 Te deixo, te expurgo, te expulso. Vou cospir o nó. Enfiar os dedos, mãos, pernas, na garganta e obrigar-te a sair. Não me invada. Não me envolva. Não chegue perto. Quero distância do que estremece meu silêncio.