terça-feira, 16 de agosto de 2011

Hold my hand

Aqui estão elas: Minhas mãos cansadas. Pequenas, de unhas roídas e cheias de calos fibrosados, antigos... Quase tão cansadas quando aquele, que mais apanha do que bate, dentro do peito.
Hold my hand! As mãos ferem, os braços dóem de puxar a corda sem parar. É hora de caminhar lado a lado, olho no olho e o romantismo dos atos heróicos que só os aquarianos entendem, ficarem um pouco para trás.
Segure minhas mãos e braços e pés e beijos e abraços. E trato feito.
É hora de não mais olhar pra trás.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O que é amor? ( sem tanto clichê )


Vou.
Arrastando os dedos,como quem deseja levar,nos pés um pouco de terra e deixar,no caminho,alguma marca que possa conduzir a mim. É triste,ir. Por mais tortuoso que seja o terreno,deixá-lo dói.
Somos materialistas até a alma. Sem querer e,contra as leis de Deus,nos apegamos não só aos objetos,mas também às pessoas. E,por mais desvirtuado que esteja o mundo,ainda necessitamos das relações humanas. "É impossível ser feliz sozinho".
Imagine-se em uma ilha deserta. Cheio de dinheiro,conforto,comida " à la vonté " e tudo que tem direito. Seria uma vida de poder,luxo...alegria,não? Quem disse que dinheiro não traz felicidade,certamente não passava por dificuldades financeiras.Agora,imagine que,nessa ilha e,em todo o restante do mundo não existisse mais ninguém,só você.O sentido da vida ainda existiria? Ao menos para mim,não.
É certo: "Amar ao próximo como a si mesmo" é lei divina. Mas até onde vai o amar? Até onde está o verdadeiro amor,que ama,incondicionalmente e acima de qualquer mágua e qualquer distância e,em que momento ele se desvencilha daquilo que apenas supre carência e nos dá sensação de posse?
_É meu e pronto.
O ser humano precisa possuir. Precisa sentir-se dono de algo. Nem que seja o carinho exclusivo de alguém.
Somos,essencialmente monogâmicos. Não por falta de desejo de ter muitos homens e/ou mulheres,ao mesmo tempo,porque libido,no ser humano,não falta no estoque. Mas por precisarmos ser donos e,por convenção,para sermos donos,precisamos ser propriedade.
É bonitinho,quando se é criança e a mamãe nos observa apontar para o brinquedo novo e dizer,com os peitos estufados: É meu! O grande problema é a herança egoísta que se estende aos anos seguintes.
Crescem ossos,músculos,tecido adiposo e a produção de hormônios explode em êxtase,na puberdade: é aí que mora o perigo.
Na adolescência surge a busca incessante do amor. Essa busca é árdua e dura toda a vida. Se não encontramos,estamos à procura. Se encontramos,terminamos insatisfeitos,afinal,a partir do momentio em que se conhece os defeitos de alguém,esse alguém passa a ser um incômodo. Como o ser humano procura responsabilizar pessoas pela sua felicidade e infelicidade,descartar torna-se a melhor opção. Ora,se uma roupa não me serve mais,compro outra,não? Customizar dá trabalho,Certo? Errado.Posso ser uma velha de vinte e um anos,a careta das caretas,mas,confesso: Não acredito nessa convenção.
Em uma visão espiritual,acredito que nenhuma união é por acaso. Em, "Jesus e Kardec" ,lembro-me ter lido sobre isso.É necessário que se entenda o sentido do amor.
Metaforicamente,amor é construção. Sid Ali,em " O Clone",diz isso sempre,o que me faz admirar veementemente a cultura Islâmica. Quem disse que novela não é cultura? Os orientais evitam as tentações e contróem os laços,em nome de Deus e não da satisfação do prazer pessoal,nem do desejo sexual e não destróem o sentimento nas primeiras discussões,confiando na oferta fácil do sexo,que a imprensa macifica, agressivamente.
Amar é materialismo,sim,mas da forma mais bonita que pode existir. É sensação de dependência? Um pouco. Mas uma dependência saudável. O "precisar" da simples presença e não da submissão alheia. É amar o sorriso e as lágrimas. Os defeitos e as qualidades. "Na saúde e na doença,na alegria e na tristeza,na riqueza e na pobreza." Nada mais adequado.
Por fim,amar é não querer ir embora.Por isso,caso um dia você se sinta ligado a alguém,a ponto de,na distância,os dias não terminarem,a bebida não fazer efeito,o Carnaval não causar empolgação e as letrinhas dos livros dançarem ula-ula,na véspera de uma prova,pá-pum: é amor. Amarre-se e não largue,nem sob tortura. Felizes os que têm a sorte de sentir! Amarre-se,vale ressaltar,na beleza daquilo que está sentindo. Não,necessariamente à pessoa que inspira.
Aprender a amar é uma dádiva. O melhor de tudo é que a experiência que isso causa é como andar de bicicleta,não se desaprende. Você pode,na trama da vida,encontrar diversos personagens diferentes,a cada temporada. Podem entrar e sair atores e candidarem-se diversos substitutos. Você pode perder um amor,mas nunca perderá a capacidade de amar!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


Vivemos esperando,que o bem volte,como um filho,sem saber que mesmo os filhos foram feitos para voar.
Seguimos acreditando,que nunca estaremos sozinhos,mas nenhum amigo é carne e nem mesmo o sangue é isento de falhas.
Custamos a entender que o amor é bonito,mas egoista. Amamos para suprir nossas carências e com o propósito maior de sermos amados. E que o homem ama e "desama",como uma fênix que morre,renasce das cinzas e vive tudo de novo,por muitas vezes.
Acreditamos serem sempre insubstituiveis,os nossos amores,mas,cruelmente,nada dura pra sempre,nem mesmo a saudade.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Distúrbio Bipolar

Ora explode,ora cessa
Ora grita,ora reza
Ora chora,ora ri
Ora,forte,ora,fraco
Ora muito,ora pouco
Ora a Deus,ora Alá
Ora mal,ora bem
Ora amor,ora aquém
Ora Oxum,ora além
Ora tique,ora taque
Ora vai,ora vem.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Adeus,Mariá


Branca e pálida
Lindas coxas
Pôs-se a caminhar
Com suas trouxas.
Cheiro de jasmim
Virgem que da dó
Corre no jardim
Na garganta,um nó.
Mariá,meu bem
Mas porque fugir?
Tudo que quer,tem
Nao há de partir.
Mariá teimosa
Quer um amor
Corre toda prosa
Se abrindo em flor.
Explodindo em luz
Extasiada
Fez sinal da cruz
Chegou na calçada.
Sorrateiro,ali
O rapaz chegou
_ Eu pertenço a ti!
Mariá falou.
Adeus,Mariá
Vai com teu amor
Nada de voltar!
Teu pai acordou.
Adeus,Mariá.
Corre,Mariá.
Segue pra bem longe
Pra não voltar.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009


Saudade é contradição,é magia. Saudade é descompasso. Sentimento bom e angustiante.É querer a presença,sofrer de abstinência,dependência física. Contra-censo, coisa estranha...É ferida curada,mas sempre latejante. Cicatriz, quelóide antiga,mancha de limão que ficou na pele,em um verão passado qualquer. Tatuagem apagada.
Saudade é como gritar bem alto,no interior de uma caverna e não poder ouvir o eco. É parte que falta, é fome, é sede. É pedaço amputado, metade afastada. Agonia.
Saudade é não saber mais como ele está,se a barba continua espetando,se a gastrite ainda persiste,se ele continua odiando” Pepsi” e adorando “Coca-cola”.
Não saber se ela continua sem saber matemática,se ainda pretende estudar na Espanha,se continua prendendo os cabelos com liga meia e odiando secá-los ao vento.
Sentir saudades é congelar o tempo e guardar retratos e filmes feitos com os olhos e musicados com os ouvidos.
Saudade recente dói, mas quando antiga, se torna pura,serena, se faz lembrança. Se transforma no sentimento mais intrigante e gostoso que alguém pode sentir. Se entrelaça com a serenidade e descansa em paz. Mergulha nos sonhos e não mais em brasa. Eterniza, idealiza, empalha.
Ela guarda com ela só o que foi bom e descarta todo o resto.Sentimento doce e alegórico.
Se todos os relacionamentos terminassem em saudade...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Submissão autoritária

Me faz pequena, me cobre a alma, me envolve em teu calor.
Me alivia, me beija a boca,
Decifra meu humor.
Me despe com um olhar, descobre meus segredos.
Acaba com os meus medos que escapam entre meus dedos e protege-me da dor.
Me cala a boca agora, me deixa taquicárdica.
Me faz arder o peito de saudade e mais saudade. Saudosismo, solidão.
Me faz sentir teu cheiro, mesmo de muito longe.
Me leva como um monge, que se isola desse mundo e decifra a imensidão.
Me faz bonita, me salva a vida, me ama com fervor.
Me arrepia a alma.
Me decifra com a leveza veloz de um beija-flor.
Me carrega no colo, penteia meus cabelos,
Me arrepia os pêlos.
Me devora por inteiro.
Me permite ser amor.